Você conhece o Ginkgo? Pois saiba que essa árvore faz parte de uma família de plantas que viveram durante a Era Mesozóica, milhões de anos atrás. Justamente, o Ginkgo biloba foi considerado um "fóssil vivo" e traz benefícios para a longevidade do ser humano, melhorando a memória e sendo indicado também para labirintite. Confira neste artigo para que serve, efeitos colaterais e como tomar.
O que é o Ginkgo biloba
O Ginkgo é uma árvore comum no Japão, China e Coréia, sendo muito apreciada no outono, quando suas folhas tornam-se amareladas. Seu nome científico é Ginkgo biloba L., embora tenha sinônimos como Salisburia adiantifolia. Faz parte da família Ginkgoaceae, sendo uma remanescente de uma ordem de plantas que existiu na Era Mesozóica, enquanto os dinossauros ainda caminhavam pela Terra.
Ainda hoje existem Gingkos milenares, como o Ginkgo plantado por um imperador na Dinastia Tang na China - uma árvore com idade estimada de 1400 anos. São árvores grandes, podendo chegar entre 20 a 35 metros, e suas folhas tem o charmoso formato de leque. Aparece em parques e calçadas, embora essa árvore tenha uma presença especial em mosteiros e templos.
Suas folhas eram utilizadas entre páginas de livros para protegê-los de pragas, o que dá indícios sobre suas propriedades inseticidas - embora não seja tóxico para humanos. Os flavonóides constituintes das folhas do Ginkgo biloba foram estudados primeiramente em Furukawa, no Japão, para obter os compostos inseticidas e o pigmento amarelo.
Com o passar dos anos, as propriedades medicinais foram estudadas pela ciência, e mais do que 40 flavonóides foram identificados nas folhas dessa árvore, embora a concentração e suas funções biológicas variem de acordo com a estação e localização geográfica.
Um exemplo da resistência e longevidade do Ginkgo são as árvores desta espécie que resistiram à bomba de Hiroshima, em 1945. Entre outras plantas e seres vivos que não sobreviveram à bomba atômica, os Ginkgos se mantiveram e logo voltaram a brotar.
Essa árvore não pára de crescer com o passar dos anos, nem a qualidade de sua fotossíntese ou das sementes decai com o tempo. O Ginkgo continuamente produz substâncias fitoquímicas que a resguardam contra fatores externos, como secas e pragas. Por exemplo, essa espécie sintetiza antioxidantes e substâncias antimicrobianas, que a ajudam a passar por intempéries e doenças.
O Ginkgo também é resistente à poluição e variações de temperatura. Apesar dessas qualidades, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais - que avalia o risco de extinção de espécies - o Ginkgo está ameaçado na natureza.
Agora que você também sabe mais sobre essa árvore, veja seus componentes e suas indicações de uso medicinal!
Ginkgo: para que serve
O Ginkgo biloba é indicado para memória, para vertigens e zumbidos originados de problemas circulatórios; serve para labirintite; para prevenir acidentes vasculares e ainda combate a degeneração celular devido a sua ação antioxidante.
Partes utilizadas são as folhas e seus componentes são:
- Flavonóides (derivados da quercetina, kaempferol e isoramnetina)
- Terpenolactonas (ginkgolídeos e bilobalídeos)
O Ginkgo possui ações:
- Vasodilatadora periférica
- Antioxidante
- Neuroprotetora
- Antiplaquetária
- Hipotensora suave
Ele é vendido na forma de cápsulas, tintura, extrato fluido e cosmecêutico (Gel Crioterápico Composto).
Indicações de uso do Ginkgo biloba
O Ginkgo pode ser indicado para diversas sistuações, como:
- Desordens da memória
- Distúrbios de atenção
- Diminuição da capacidade auditiva
- Vertigens e labirintites
- Prevenção de acidentes vasculares
- Zumbido no ouvido
Lembramos também que a atividade antioxidante auxilia na prevenção de diversas doenças associadas a danos e envelhecimento celular, por exemplo doenças degenerativas. O Ginkgo é especialmente eficaz contra os sinais de velhice como a senilidade, pois atua como neuroprotetor, ajuda na memória e aumenta a oxigenação no cérebro devido a sua ação vasodilatadora.
Outro aspecto estudado pela The Botanical Society of Japan é o aumento de frequências cerebrais após tratamento de pacientes com mais de 50 anos com Ginkgo biloba. Ainda é necessário maior aprofundamento dos estudos, mas este aumento de ondas é um indício de maior atividade neural. Ondas cerebrais são associadas com funções cognitivas, incluindo a memória e controle motor. Assim, é considerado uma erva capaz de promover a longevidade, pois retarda sinais do envelhecimento como perda de memória e falta de firmeza dos movimentos (sinais de Parkinson).
Dosagem usual recomendada
A dosagem usual pode variar dependendo da forma que o Ginkgo será consumido. Veja abaixo algumas delas:
Cápsula do pó: De 1.000mg a 1.500mg ao dia.
Cápsula de extrato seco a 24%: De 40mg a 160mg por dia.
Tintura: De 25 a 40 gotas de 2 a 3 vezes ao dia.
Extrato fluido: De 0,5 a 1 gota/kg/dia, dividido em 3 a 4 tomadas
Ginkgo biloba dá sono?
Não existem relatos de que o Ginkgo induz sonolência em pacientes. Existe um estudo com pacientes com depressão, os quais receberam extrato de Ginkgo por um período de quatro semanas. A pesquisa indica que o padrão de sono melhorou, com menos ocorrências de súbito despertar durante a noite e melhoria geral no quadro de insônia - que ocorre em parte de pacientes depressivos. São necessários estudos mais aprofundados, mas já abre uma discussão importante sobre os benefícios desta planta.
Ginkgo biloba serve para ansiedade?
Ainda é cedo para dizer a eficácia do Ginkgo com precisão sobre problemas de ordem psicológica. No entanto, há pesquisas que indicam a melhora da condição de ansiedade e fadiga em pacientes refugiados de zonas de guerra da Jordânia e do Iraque, que associaram psicoeducação com o extrato de Gingko biloba. Devido a abordagem terapêutica, não há como diferenciar ainda a ação isolada da planta em relação à ansiedade.
Ginkgo biloba emagrece?
Não há evidências consistentes de ação direta em redução de gordura corporal e emagrecimento. Se você busca emagrecer, indicamos uma rotina saudável que inclua uma boa alimentação e exercícios físicos que você goste! Você pode conferir mais informações e dicas de ervas indicadas para emagrecimento no nosso informativo também: É só clicar aqui para conferir 7 Dicas de Emagrecimento Saudável com Plantas.
Ginkgo: efeitos colaterais e contraindicações
De um modo geral, recomenda-se que pessoas sensíveis ou alérgicas ao Ginkgo evitem o consumo, assim como gestantes, lactantes e menores de 12 anos. É contraindicado a qualquer paciente com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico. Devido a seus efeitos antiplaquetários, o Ginkgo deve ser utilizado com cautela por pacientes com coagulopatias ou em uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários, recomendando-se monitoramento constante.
Podem ocorrer distúrbios gastrointestinais, cefaléia e reações alérgicas cutâneas (hiperemia, edema e prurido).Também foram relatados enjoos, palpitações, hemorragias e hipotensão. Casos de hemorragia e sangramento pós-operatório foram relatados em pacientes que faziam uso de G. biloba isoladamente.
Precauções de Uso
O uso do G. biloba deve ser suspenso pelo menos uma semana antes de procedimentos cirúrgicos. Deve ser evitado em pacientes que apresentam crises convulsivas.
Possíveis Interações Medicamentosas
O Ginkgo apresenta benefícios, mas também pode interagir com medicamentos. Portanto, vamos apresentar aqui um trecho da Farmacopéia Brasileira 1° Edição - Memento Fitoterápico:
A associação deste medicamento com anticoagulantes, antiplaquetários, anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) e/ou agentes trombolíticos pode aumentar o risco de hemorragias. Esse medicamento pode diminuir a efetividade dos anticonvulsivantes e pode alterar os efeitos da insulina, aumentando a sua depuração. Pode potencializar o efeito dos inibidores da monoaminaoxidase e pode aumentar o risco dos efeitos colaterais da nifedipina. Se o medicamento for administrado concomitantemente com anticoagulantes (ex. Fenoprocoumon e varfarina) ou medicamentos antiplaquetários (por exemplo, clopidogrel, ácido acetilsalicílico e outros fármacos anti-inflamatórios não esteróides), o efeito pode ser influenciado.
Ginkgo biloba: preço e onde comprar
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Bibliografia
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