2014-12-12

Alecrim

Alecrim (Rosmarinus officinalis)

Alecrim, rosmarinos ou romero, como os espanhóis o chamam, é um pequeno arbusto que pode atingir até 1,5 metro de altura. Planta muito conhecida em praticamente todo o mundo, mas é na Europa onde o alecrim é muito utilizado. Para quem já fez o Caminho de Santiago com certeza já ouviu de algum espanhol a receita de banhar os pés com o chá do "romero" para deixá-los mais fortes, resistentes e com a pele mais rústica, isto para suportar melhor as caminhadas de centenas de quilômetros. O nome de rosmarinus vem provavelmente do latim, que significa "orvalho do mar". Na Grécia antiga utilizava-se o alecrim atrás das orelhas para curar problemas de memória fraca (até hoje o alecrim é indicado para este problema, e se pensarmos que os óleos essenciais iam se volatilizando e a pessoa ia absorvendo estes óleos, é bem provável que o indivíduo realmente sentisse alguma melhora, pois existiam substancias químicas sendo absorvidas e atuando na sua fisiologia). Já os romanos, acreditavam que esta planta estava associada com o amor e com a morte, e por isso é que era plantada nas soleiras das portas, hábito que perdurou até a Idade Média. Até mesmo a Igreja Católica incorporou o alecrim em seus rituais, queimando-o em incensórios.

Ele cresce de forma nativa e espontânea nos paises ao redor do mar Mediterrâneo, local de solos pedregosos e arenosos. É encontrado no sul da Espanha, França, Itália, Grécia, Portugal, nas ilhas Canárias, Açores e Madeira. Também é encontrado no norte da África, sendo mais comum no norte do Líbano, Egito e regiões da Turquia. Atualmente os principais produtores de alecrim são Itália, Espanha, França, Tunísia e paises da antiga Iugoslávia.

O alecrim prefere um clima mais seco, ensolarado e fresco. Não gosta de locais com pouco sol, muita umidade e frio. Estas condições climáticas irão determinar um melhor desenvolvimento e conseqüentemente uma melhor qualidade do óleo essencial produzido.

O alecrim possui inúmeras aplicações farmacológicas. Possui ação tônica, principalmente em casos de cansaço mental; é estimulante carminativo, emenagogo, desinfetante, anti-séptico e aromático. É também empregado em queda de cabelo, além de auxiliar a "esconder" cabelos brancos. O óleo essencial diluído pode ser usado em casos de dores reumáticas, musculares e articulares na forma de massagem.

O alecrim é muito usado na culinária européia, principalmente a cozinha italiana e francesa. O odor é forte, fresco e herbáceo. O sabor é picante, marcante e amadeirado.

Alecrim vai muito bem na carne de porco, de carneiro e de cabrito. A carne de porco irá ficar mais "leve", isto provavelmente devido à ação digestiva que esta erva possui. Para evitar que a carne de carneiro fique com um sabor forte recomenda-se retirar toda a gordura da carne. Outro ponto importante é utilizar um bom vinho branco seco para preparar o marinado, tanto do cabrito quanto do carneiro. Uma forma interessante de utilizar o alecrim é pegar um punhado de folhas e ir massageando a carne antes de ser assada. Esfregue com força para que o óleo essencial possa penetrar na carne. Depois deixe o esfregaço de folhas sobre a carne para assar. É importante que a carne fique marinando nos temperos para poder acentuar os sabores. No peixe também proporciona um sabor refrescante, só que neste caso não precisa esfregar na carne, pois provavelmente irá desestruturá-la.

O alecrim também é muito empregado para aromatizar vinagres e óleos para uso em saladas e refogados. Para preparar o vinagre aromático é só pegar uns 3 raminhos frescos de alecrim e colocar dentro de uma garrafa de um vinagre de boa qualidade. Deixe macerar por uns 15 dias e depois já pode utilizá-lo no tempero de sua salada preferida. Já no preparo do óleo ou azeite é um pouco mais complicado. Existem duas formas diferentes. Na primeira você irá pegar de 3 a 5 raminhos frescos de alecrim e amassar suas folhas em um socador de alho. Coloque as folhas trituradas em maceração no óleo e deixe por 3 semanas. Já a outra forma, a que dá um melhor resultado, é só verter o óleo aquecido sobre as folhas frescas já dentro de um frasco e deixar macerar por 2 semanas. Se o óleo ainda não estiver muito aromático, pode-se aquecer um pouco mais em banho maria. Pode-se também preparar manteigas, torradas e o que mais sua imaginação permitir. Aproveite os aromas intensos do alecrim, só tome cuidado com as dosagens, pois pode ficar com um sabor muito amadeirado e não agradável ao nosso paladar.

Ademar Menezes Junior

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