2000-01-01

Beladona

Conheça nossas fórmulas magistrais para Beladona.
Veja nossa lista de opções:
50 g de creme belladona 20%,     

Beladona

 

Planta de extrema toxicidade em todas as suas partes, a Beladona é uma planta vivaz com caule ramificado, cilíndrico, chegando a medir até 150 centímetros de altura. Uma lenda muito antiga dizia que o Diabo vigia o crescimento desta planta. O seu nome científico é originário da mitologia grega, referindo-se a Atropos, aquele que das três Parcas era o que tinha por função cortar o fio da vida e a palavra atropos significa inelutável. Na Roma antiga, as mulheres utilizavam o suco do fruto para dilatar a pupila do olho como estética, derivando o nome bela dona ou bela dama dado a esta espécie.

A droga vegetal é constituída das folhas e das sumidades floridas, sendo descritas na Farmacopéia Brasileira 4ª Edição (1996): "As folhas são elípticas, oval-lanceoladas a largamente ovadas, inteiras, de ápice acuminado, base atenuada, simétrica e algo decurrente, e bordo inteiro. Medem 5-25 cm de comprimento e 3-12 cm de largura, com pecíolos de 0,5-4 cm. A coloração varia do verde ao castanho-esverdeado, sendo mais escura na face superior. As folhas secas são enrugadas, friáveis e delgadas. As folhas jovens são pubescentes, porém as mais idosas apresentam-se apenas ligeiramente pubescentes ao longo das nervuras e no pecíolo. A nervação é do tipo peninérvea, sendo que as nervuras laterais partem da nervura mediana num ângulo de cerca de 60º e se anastomosam próximo ao bordo. A superfície da folha é seca e áspera ao tato, devido a presença de células com conteúdo microcristalino de oxalato de cálcio no mesófilo. Estas células aparecem como minúsculos pontos brilhantes, quando a superfície é iluminada; as outras células contraem-se mais durante a dessecação. O exame à lupa revela os mesmos pontos escuros por transparência e brilhantes por reflexão. As sumidades floridas apresentam a haste oca e achatada, na qual se inserem folhas geminadas, de tamanho desigual, na axila das quais estão as flores solitárias. As flores possuem cálice persistente, gamossépalo, de 5 lobos triangulares; a corola é campanulada, purpúrea a castanho-amarelada, com cinco pequenos lobos voltados para o exterior. A corola mede até 2,5 cm de comprimento por 1,2 cm de largura. O androceu tem cinco estames epipétalos. O gineceu é de ovário súpero, bilocular, com numerosos rudimentos seminais. O fruto é subglobular, de cor verde até castanho ou negro-violáceo, com até 1,2 cm de diâmetro e cálice persistente.O fruto, quando maduro, contém numerosas sementes marrons, reniformes.

A droga tem sabor amargo e desagradável e odor fracamente nauseante, lembrando o do fumo."

Nome Científico: Atropa belladona L. Sinonímia: Solanum lethale Dod.; Atropa acuminata Royle; Atropa lethalis Salisb., Atropa lutescens Jacquem.

Nome Popular: Beladona, Cereja-do-inferno, Bela Dama, Erva Midriática e Dama da Noite, no Brasil; Belladona e Solano Furioso, em língua espanhola; Belladona, na Itália; Belle-Dame e Morelle Furieuse, na França; Tollkirsche, na Alemanha; Belladona, Deadly

Nightshade, Devil´s Herb, Devil´s Cherries, Divale, Dwale, Dwayberry, Great Morel, Naught Man´s Cherries, Poison Black Cherry, em inglês.

Denominação Homeopática: BELLADONA.

Família Botânica: Solanaceae.

Parte Utilizada: Folhas e sumidades floridas.

Princípios Ativos: Alcalóides Tropânicos: atropina, l-hiosciamina, norhiosciamina e noratropina; Ésteres do escopanol: escopolamina e atroscina; Hidroxicumarina: escopoletol.

Indicações e Ações Farmacológicas: Dentre seus princípios são a atropina e a escopolamina (também chamada de hioscina). Ambos são antagonistas muscarínicos e para tanto são indicados: no tratamento da bradicardia sinusal (por exemplo, após o infarto no miocárdio); na dilatação pupilar no Parkinsonismo; na prevenção de cinetose; como pré-medicação anestésica para ressecar secreções; em doenças espásticas do trato biliar, cólico-ureteral e renal, entre outras indicações.

Todos os antagonistas muscarínicos produzem efeitos periféricos basicamente semelhantes aos da atropina, muito embora alguns demonstrem um grau de seletividade, por exemplo, para o coração ou para a via gastrointestinal, refletindo uma heterogeneidade dos receptores muscarínicos. A atropina é uma amina terciária que inibe as ações muscarínicas da acetilcolina sobre as estruturas inervadas por fibras colinérgicas pós-ganglionares, tal qual sobre os músculos lisos que respondem a acetilcolina, porém que não apresentam inervação colinérgica.

Os efeitos da atropina são os seguintes:

• Inibição das Secreções: As glândulas salivares, lacrimais, brônquicas e sudoríparas são inibidas por doses muito baixas de atropina, que produzem um ressecamento desconfortável da boca e da pele.

• Efeito sobre o Coração: O primeiro efeito produzido, de forma paradoxal é uma bradicardia, que decorre de uma ação central de aumento da atividade do nervo vago. Doses um pouco maiores produzem a taquicardia esperada, secundária ao bloqueio dos receptores muscarínicos cardíacos. A pressão arterial não é afetada, uma vez que a maioria dos vasos de resistência não apresenta inervação colinérgica.

• Efeitos sobre os Olhos: Promove midríase (dilatação pupilar), não passando a responder à luz. O relaxamento da musculatura ciliar gera uma paralisia de acomodação (ciclopegia), de forma que a visão para objetos próximos fica prejudicada. A pressão intra-ocular pode elevar-se, podendo ser perigoso para indivíduos que sofram de glaucoma de ângulo fechado.

• Efeitos sobre o trato Gastro-intestinal: Ocorre uma inibição da motilidade gastrointestinal pela atropina. Em condições patológicas com aumento da motilidade gastrointestinal, a atropina tem eficácia bastante maior na geração de inibição.

• Efeitos sobre a Musculatura Lisa: A musculatura lisa das vias brônquicas, biliares e urinárias é relaxada pela atropina. A broncoconstrição reflexa (como na anestesia) é evitada pela atropina, enquanto a broncoconstrição causada pela histamina (por exemplo na asma) não sofre alterações. Na musculatura lisa das vias biliares e urinárias, a atropina induz a uma retenção urinária em homens idosos que possuem aumento da próstata.

• Efeitos sobre o Sistema Nervoso Central: Produz efeitos excitatórios. Em doses baixas gera discreta inquietação e em doses maiores, agitação e desorientação.

Toxicidade/Contra-indicações: Por muitas vezes ocorreram intoxicações por atropínica quando crianças pequenas comem os frutos da Beladona, de coloração preta e atraentes e de sabor doce. Para crianças basta a ingestão de 3 a 4 frutos para ser letal. Ocorre acentuada excitação e irritabilidade, que resultam em hiperatividade e num considerável aumento da temperatura corpórea e perda da sudorese. Estes efeitos são combatidos por drogas anticolinesterásicas como a Fisostigmina. Pode ocorrer também: secura da boca, dificuldade de deglutição, dilatação pupilar e dificuldade de enxergar, taquicardia, perda da consciência, apatia, náuseas, vômitos, erupção cutânea e alucinações.

A droga é contra-indicada para cardiopatas, na síndrome de Down, glaucoma de ângulo fechado, disfunção hepática ou renal, xerostomia, hipertensão, hipertiroidismo, miopatia obstrutiva, taquicardia, esofagite por refluxo, presença de lesões cerebrais em crianças e toxemia gravídica.

Dosagem e Modo de Usar: Não há referências na literatura consultada.

 

Referências Bibliográficas:

• FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 4ª edição. 1996.

• SIMÕES, C. M. O. Farmacognosia da Planta ao Medicamento. 1ª edição.

1999.

• OLIVEIRA, F.; AKISUE, G.; AKISUE, M. K. Farmacognosia. 1ª edição.

1996.

• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.

• SCHAWENBERG, P.; PARIS, F. Guia de las Plantas Medicinales. Omega.

1980.

• POULIN, M.; ROBBINS, C. A Farmácia Natural. 1992.

• RANG, H. P.; DALE, M.M.; Ritter, J. M. Farmacologia. 3ª Edição. 1997.

• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª

edição. 1998.

• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos

Livraria Editora. 2000.

Beladona

Comentários


  • Andréa
    No último episódio da série The witcher, da Netflix, uma maga faz um chá de beladona e quem tomou fica paralisado por um tempo. Isso é mito ou tem alguma, mesmo que mínima, base científica?
    ⇒ Oficina de Ervas:
    Olá, Andréa

    Na Beladona existe uma substância chamada atropina. Essa substância é capaz de deprimir o sistema nervoso central. Portanto em altas doses pode deixar sem consciência e movimento.

    Qualquer dúvida clique no link abaixo e fale com nossos fitoterapeutas:

    https://www.oficinadeervas.com.br/fale-fitoterapeuta

    Estamos à disposição.

Deixe seu comentário sobre:
Beladona